Assistimos no século 21 a consolidação do agronegócio brasileiro em escala global. Em importantes cadeias produtivas, o País passou a ocupar posições de liderança seja em grãos, fibras e carnes. Esse desempenho deve persistir de acordo com as projeções de renomadas entidades internacionais, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Em termos de perspectivas, uma visão promissora, mas carregada de desafios e incertezas. Nessa caminhada, há de se reconhecer o protagonismo de lideranças nacionais notáveis na criação da Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária (EMBRAPA), que comemora 47 anos esse mês. Devemos mencionar também a contribuição dos órgãos de pesquisa e de ensino estaduais. Em síntese, não chegamos à toa neste estágio elevado de conhecimento científico inédito de uma agricultura tropical inovadora, repleta de potencialidades. Mesmo com o grau significativo de evolução apresentado pela agricultura mundial do ponto de vista tecnológico, com competência, tivemos capacidade para introduzir esse progresso de acordo com as características nacionais de solo, clima e vegetação. Não podemos, neste momento, perder o avanço na biotecnologia, conectividade e digitalização do campo.
Passo estratégico crucial
Captar a dinâmica para onde caminha o ambiente de negócios sempre foi e será um passo estratégico crucial para a liderança agropecuária brasileira. As lições precisam ser aprendidas rapidamente. Dessa maneira, aproveitarmos as circunstâncias para obter resultado com o incremento das demandas do continente asiático, em especial a China. Nos faltou durante essa construção a formalização de acordos bilaterais, assunto que hoje faz parte da pauta governamental que negocia com a Europa, Coreia do Sul, Estados Unidos entre outros. Genericamente, defrontaremos agora com um mercado consumidor sensível e traumatizado com a pandemia causada pelo coronavírus. Podemos dizer, que quase na sua totalidade, a geração atual nunca presenciou uma situação dessa magnitude. Nesse sentido, lembremos o plano de ação montado pela Organização das Nações Unidas (ONU): a Agenda 2030, com 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), valeria a pena uma revisão desse brilhante trabalho para construirmos uma comunicação sobre a contribuição do nosso agro para o planeta. De maneira consensual, podemos seguir as políticas internacionais de sustentabilidade, de modo a posicionarmos e orientarmos as nossas rigorosas políticas públicas ambientais. Enquanto avançamos como plataforma produtora e exportadora de alimentos competitivos, crescerá a imposição de barreiras técnicas aos produtos nacionais. Diante disso, cuidemos com carinho do fator crítico que representa a inovação tecnológica. Sem surpresa, deveremos estar alinhados no horizonte futuro em atender as diversidades das demandas com padrões de conformidade cada vez mais exigentes. Que mundo teremos no pós coronavírus? Ainda não sabemos, mas com certeza será um mundo diferente, mais complexo e com novas exigências e desafios. Assim, quem souber ler essas potencialidades sairá na frente na corrida da recuperação e do crescimento socioeconômico. Por Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Artigo publicado originalmente na Agroanalysis. Foto abre: Abag
Data publicação: 01 de maio de 2020
Canais: Agronegócio Sustentável
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