O avanço tecnológico constante e o lançamento incessante de novos aparelhos impulsionam uma altíssima rotatividade de consumo e descarte de smartphones, computadores e tablets. Por consequência, há um volume crescente de lixo eletrônico. Desse modo, a remanufatura de eletrônicos pode ser uma solução para diminuir o impacto ambiental. E, sem dúvida, ela é um caminho para implantar uma economia circular baixa em carbono. Nesse sentido, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) possui o programa Computadores para Inclusão. Com o propósito de promover a inclusão digital em áreas de baixa renda das grandes cidades brasileiras, o programa tem ainda como objetivos estratégicos, capacitar jovens brasileiros de baixa renda para que tenham maiores oportunidades de inserção no mercado de trabalho e ampliar as atividades que mantêm os eletrônicos circulando na economia em usos de alto valor e fora do aterro. Uma das cidades que participa desse programa é Belo Horizonte. A capital mineira tinha um grande desafio com a crescente produção de lixo eletrônico. Ademais, enfrentava o desemprego entre os jovens e exclusão digital, desfavorecendo as comunidades de baixa renda. Assim, o governo municipal lançou o programa BH Digital em 2005 para expandir a infraestrutura em áreas negligenciadas da cidade e fornecer alfabetização digital a todos. Para o programa, foi estabelecida uma infraestrutura para remanufatura de eletrônico, o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC). Inaugurado em 2008, é um elemento essencial dos esforços de inclusão digital e redução do desperdício de BH. Nessa instalação, os cidadãos provenientes de comunidades de baixa renda recebem treinamento extensivo para recuperar equipamentos de TI. Com isso, todos os aparelhos doados pós-uso tornam-se totalmente funcionais.
Como resultado, os equipamentos reformados apoiam mais de 300 espaços de inclusão digital operados pela cidade. Os moradores, desse modo, têm acesso gratuito a computadores e à internet bem como a diversas oportunidades de treinamento em alfabetização digital básica. Além disso, nos primeiros anos do CRC de Belo Horizonte, foram obtidos resultados importantes, incluindo indicadores que reforçam a remanufatura de eletrônicos como uma alternativa para reduzir o impacto ambiental. Por exemplo:
Novas metas
Administrado pela Prodabel, fornecedor de tecnologia e informações da cidade, o CRC continua a ser a espinha dorsal do desenvolvimento de habilidades, desvio de resíduos e esforços de inclusão digital. Dessa maneira, ela tornou-se uma prioridade municipal. Portanto, foram estabelecidos objetivos anuais para 2018 a 2021 sobre remanufatura, treinamento de habilidades e inclusão digital:
Referências: Fundação Ellen MacArthur - Combinando recuperação de recursos, capacitação e inclusão digital Foto abre: Prodabel
Data publicação: 01 de abril de 2020
Canais: Economia Circular
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