Um exemplo de sustentabilidade

Um exemplo de sustentabilidade. A residência M&L, situada em Curitiba, capital do Paraná, foi agraciada com o Nível Platinum do selo sustentável Green Building Council Brasil. São 330 m² de área construída, divididos em três pavimentos: garagem, áreas compartilhadas e área íntima, com três suítes. Nesse sentido, a residência de alto padrão teve um custo de 1% a 3% superior ao de uma ‘casa normal’. Além disso, a economia obtida não para por aí. A casa é dotada de um microgerador de energia eólica e painéis fotovoltaicos, produzindo, dessa maneira, muito mais energia do que seu consumo. Ou seja, "zerando" a conta de luz — os moradores pagam apenas a taxa mínima estabelecida pela concessionária de abastecimento. O projeto arquitetônico é de Eloi Bastos, interiores, de Gabriela Casagrande e consultoria em sustentabilidade, pela empresa Forte Soluções. De acordo com Matheus Forte, engenheiro ambiental responsável pela consultoria em sustentabilidade, a certificação obtida foi resultado de uma integração de fatores. Isto é, tudo foi pensado para aumentar a eficiência energética da casa, reduzindo ao máximo o uso da eletricidade.

Iluminação natural

Um exemplo disso são as janelas. A iluminação natural foi priorizada de forma que a casa não precisa de luzes acesas até às 17 horas em qualquer estação do ano. Para isso, não é só prever o espaço, mas pensar no tamanho das janelas e nos vidros utilizados de forma que não entre claridade de menos nem demais — o que dificultaria o uso da televisão, por exemplo. Outra redução drástica na conta de energia elétrica veio da ventilação cruzada, um artifício da arquitetura da casa que resfria os ambientes utilizando a ventilação natural em detrimento do uso do ar condicionado. Para os tempos frios, optou-se por instalar um aquecedor por biomassa, sistema que queima combustíveis renováveis sem deixar fumaça. Todo o ar externo que entra na casa passa pelo fogo, que aumenta a temperatura de forma natural e sem deixar o ar seco. O projeto paisagístico foi prioridade, pensado para ser visto de qualquer janela da casa, integrando os moradores à natureza.

Energia solar gera R$ 300 por mês

O orçamento original previa R$ 38 mil para o ar condicionado, que foram reinvestidos na geração de energia pela própria residência. O telhado da casa tem cerca de 30 m² de painéis fotovoltaicos, que geram o equivalente a R$ 300 em energia elétrica por mês. Além disso, a casa também é equipada com o microgerador de energia eólica. “A casa fica em uma região alta da cidade, com muito vento, e a gente tinha que explorar isso. Então por que não ter energia eólica?”, conta Forte. “[O gerador é] Esteticamente discreto, abastece duas baterias que dá uma autonomia de dois dias sem luz na casa“. Ademais, a energia excedente devolvida à rede gera um crédito aos moradores, que estão há quatro meses sem consumir mais energia do que é produzido. Ao atingir a marca de um ano, a casa vai obter outro selo sustentável: o Zero Energy, que atesta sua autossustentabilidade. Os geradores de energia eólica e solar ocupam 30m² no telhado da casa.

Tecnologias na água

A residência é certamente um exemplo de sustentabilidade. Isso porque além da energia e iluminação, o reaproveitamento da água da chuva é outro pilar sustentável do projeto. A residência é equipada com um sistema de filtragem ultravioleta que permite o reaproveitamento em bacias sanitárias, irrigação, máquina de lavar roupas, louças e torneiras externas. Dessa maneira, a água encanada é necessária apenas na pia da cozinha e nos chuveiros. Segundo Forte, esse sistema garante uma redução de 60% no consumo da água. Forte reforça que os critérios de pontuação do selo GBC Brasil também incluem todo o processo de obra. Por isso, ele ressalta que a integração entre todas as equipes de projeto desde o início foi fundamental para reduzir erros e evitar desperdícios. Além disso, conta que 96% dos resíduos gerados durante os 18 meses de construção da casa foram para reciclagem.

Construções verdes no Brasil

A cidade de Curitiba detém o maior número de residências certificadas pelo GBC Brasil Casa — são 12% do total de projetos. Os edifícios residenciais de alto padrão também são incluídos nessa conta. A região também foi a primeira a receber o selo por residências do tipo Minha Casa Minha Vida: o projeto, também com consultoria da Forte Soluções Ambientais, fica no município de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Fonte: Gazeta do Povo
Republicada pela Ca2 Consultores Ambientais Associados
Fotos: Divulgação

Data publicação: 23 de março de 2020

Canais: Construção Sustentável

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